domingo, 29 de março de 2015

Papa Francisco defende que pena de morte é inadmissível


Em reunião recente com a Comissão Internacional contra a Pena de Morte, o Papa Francisco reiterou que a pena capital é inadmissível, seja qual for a gravidade do delito cometido pelo condenado. "É uma ofensa à inviolabilidade da vida e da dignidade da pessoa humana, que contradiz o desígnio de Deus sobre o homem e a sociedade, e sua justiça misericordiosa, além de impedir o cumprimento de qualquer finalidade justa das penas. Não se faz justiça às vítimas, mas apenas fomenta a vingança'', assinala o Sumo Pontífice em uma carta entre a Federico Mayor, presidente da Comissão.
O Papa afirma ainda que, para um Estado de direito, a pena de morte representa um fracasso, porque obriga a matar em nome da justiça, mas nunca se alcançará a justiça matando um ser humano. "Com a aplicação da pena capital, é negado ao condenado a possibilidade de reparação ou emenda do dano causado; da possibilidade de confissão, pela qual o homem expressa a sua conversão interior; e da contrição, pórtico do arrependimento e da expiação, para chegar ao encontro com o amor misericordioso de Deus”. Francisco observa ainda que a pena de morte é, ademais, um recurso frequente de alguns regimes totalitários e de grupos de fanáticos para exterminar dissidentes políticos, minorias e todo o indivíduo etiquetado como ''perigoso'', o que pode ser percebido como uma ameaça ao seu poder ou à consecução de suas metas''.
Para o Papa, outras penalidades, como a prisão perpétua, devem ser vistas como penas de morte encobertas, pois impossibilitam o condenado a projetar um futuro em liberdade, "não se priva o culpado de sua liberdade, mas se tenta privá-lo da esperança”.

Fonte: Adital

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