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O evangelho . Fala dos costumes religiosos da época de Jesus, muitos dos quais já tinham perdido seu sentido e até atrapalhavam a vida do povo, ameaçando as pessoas com castigo e inferno. Enxergavam pecado em tudo! Por exemplo, comer sem lavar as mãos era considerado pecado. Mesmo assim, estes costumes eram conservados e ensinados, ou por medo, ou por superstições. Vamos conversar sobre isso!
SITUANDO
Neste círculo, olhamos de perto a atitude de Jesus frente à questão da pureza. Anteriormente, Marcos já tinha tocado neste assunto da pureza: em Me 1,23-28, Jesus expulsou um espírito impuro. Em Me 1,40-45, ele curou um leproso. Em Mc 5,25-34, curou uma mulher considerada impura. Em vários outros momentos, ele tocou em doentes e deficientes físicos, sem medo de ficar impuro. Agora, aqui no capítulo 7, Jesus ajuda o povo e os discípulos a aprofundar este assunto da pureza e das leis da pureza.
Desde séculos, os judeus, para não contrair impureza, eram proibidos de entrar em contato com os pagãos e de comer com eles. Mas nos anos 70, época de Marcos, alguns judeus convertidos diziam: "Agora que somos cristãos temos que abandonar estes costumes antigos que nos separam dos pagãos convertidos!" Outros, porém, achavam que deviam continuar a observar as leis de pureza. A atitude de Jesus, descrita no evangelho de hoje, ajudava-os a superar o problema.
COMENTANDO
Marcos 7,1-2: Controle dos fariseus e liberdade dos discípulos
Os fariseus e alguns escribas, vindos de Jerusalém, observavam como os discípulos de Jesus comiam pão com mãos impuras. Aqui há três pontos que merecem ser assinalados:
1) Os escribas são de Jerusalém, da capital! Significa que tinham vindo para observar e controlar os passos de Jesus.
2) Os discípulos não lavam as mãos para comer! Significa que a convivência com Jesus os levou a criar coragem para transgredir normas que a tradição impunha ao povo, mas que já não tinham sentido para a vida.
3) O costume de lavar as mãos, que, até hoje, continua sendo uma norma importante de higiene, tinha tomado para eles um significado religioso que servia para controlar e discriminar as pessoas.