terça-feira, 19 de maio de 2015

“Exame de Consciência”: A Bíblia e a Redução da Maioridade Penal



<br>Fonte: Google Imagens
Algumas Igrejas têm o bonito costume de propor a seus fieis que de tempo em tempo façam seu “exame de consciência”. Às vezes essa prática reforça o sentimento de culpa. Em outras situações, trata-se de oportunidade de revisão de caminho escolhido, de mudança verdadeira, de conversão. Sou convidado/a aqui a fazer meu “exame de consciência” sobre o que desejo para nossas crianças e adolescentes e, pelo fato de ser pessoa cristã, como a Bíblia tem me ajudado nesse propósito.
Se desejo saber se estou fazendo uma boa leitura da Bíblia, devo conseguir responder afirmativamente a perguntas como estas: Quando leio a Palavra de Deus, sinto aumentar em mim o desejo de amar e acolher o diferente e de aprender com ele? Minhas meditações bíblicas têm me levado a acreditar mais nas pessoas, mesmo quando elas erram ou cometem crimes? Sou capaz de acreditar na capacidade que um adolescente tem de se recuperar quando ajudado por mim e pela sociedade? Tal como Jesus, sinto vontade de amar e acolher as pessoas?
Por outro lado, se vou à Bíblia sempre para buscar respostas prontas... Se ao ler a Palavra de Deus, sinto reforçado o desejo de condenar alguém... Se me agradam textos bíblicos nos quais a violência parece ser incentivada... Se, mesmo lendo a Bíblia, ainda consigo assistir programas de TV sensacionalistas nos quais seres humanos que comentem crimes são humilhados pela polícia ou ridicularizados pelo apresentador... Se não me causam estranheza expressões do tipo “bandido bom é bandido morto”... Se acho que as pessoas precisam mesmo ser castigadas por Deus... Se cresce em mim o desejo de ver crianças e adolescentes na cadeia... Se algo disso se passa comigo, não estou fazendo uma boa leitura da Bíblia, muito possivelmente estou sendo escravizado pela letra morta. Ou, o que é pior ainda, estou sendo manipulado/a por quem tem outros interesses e quer me usar.
O atual congresso nacional conta com quantidade significativa de deputados que defendem interesses de uma elite que não admite ver um jovem negro em seu caminho. Racismo cada vez mais assumido, alimentado por ódio cada vez mais explícito e, hipocritamente, justificado pela religião. Em nome da Bíblia, a bancada evangélica se une à bancada da ruralista e à bancada da “bala”, para a conquista de um objetivo explícito: limpar das ruas crianças e adolescentes pobres, negras em sua maioria, que ameaçam e sujam “a beleza da cidade”. Quanto mais adolescentes negros distantes do alcance de sua visão, mesmo que para isso sejam presos ou mortos, menos seu conforto será incomodado. Peço perdão por eles! E não quero, ó Deus, reproduzir esse comportamento pecaminoso! Não posso ser ingênuo: Para isso serve a redução da maioridade penal.
Oportunizar educação e saúde ou mesmo chance de recuperação a um adolescente (desejo mínimo de qualquer pessoa cristã) é algo que não passa pelo coração de quem prefere desconhecer a seriedade do ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) e a seriedade da Bíblia. Manipulam-se os dois textos. Tanto um como outro é lido de forma distorcida, descontextualizada. Que eu não caia neste erro, Senhor!
Em nome da vida que é dom maior, sou levado a me perguntar: Já estudei com seriedade o ECA ou repito discursos prontos de que essa legislação protege “adolescente bandido”? Tenho feito uso da Bíblia para disseminar o preconceito? Tenho usado as redes sociais para reproduzir piadas preconceituosas ou até mesmo o ódio? Mesmo sabendo do aumento da violência, tenho procurado saber de fato se os adolescentes causadores ou vítimas? Tenho disseminado pânico ao contar tantas notícias ruins sem me cuidar para falar das coisas boas que os jovens fazem? Sou capaz de sonhar com eles?
Se errei, posso pedir perdão a Deus, sei que posso contar com seu amor de pai de bondade, que abraça o filho mais novo e dá a ele uma nova chance. E que diz ao filho mais velho: “este seu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi reencontrado...” (Lc 15,32).  Ele não vai apodrecer nos porões dos presídios!
Ajuda-me, oh Deus de misericórdia, a dizer NÃO À REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL!
Texto: Edmilson Schinelo

Fonte: Edmilson Schinelo

“Reduzir a Maioridade Penal é Retroceder no Processo de Efetivação de Direitos”




<br>Fonte: Google Imagens
Em meio a tantas ofensivas conservadoras no que diz respeito aos direitos das minorias, das crianças e adolescentes e a discussão no Congresso Nacional sobre uma possível redução da maioridade penal, o Correio da Cidadania conversou com três responsáveis pelo Sefras Cárcere – a coordenadora do projeto, Camila Gibin, a assistente social Aline Dias e o Frei Alex Ferreira – a respeito do trabalho que desenvolvem dentro dos presídios. Na conversa, discutimos questões que permeiam o sistema penal e prisional.
O Sefras – Serviço Franciscano de Solidariedade – existe há 15 anos e desde o final de 2011 tem um grupo denominado Sefras Cárcere dentro dos presídios e das unidades da Fundação Casa. Trata-se de uma iniciativa socioeducativa que tem como foco discutir questões da sociedade e temas da atualidade de maneira crítica com os internos.
O objetivo principal é criar espaços de convívio com a população presa e desenvolver reflexões e pensamento crítico a respeito dos temas propostos. Além disso, tenta-se possibilitar que a pessoa em situação de cárcere pense a respeito do delito que cometeu de forma mais ampla, levando em consideração seu próprio contexto social e cultural.
Confira a entrevista abaixo:
Correio da Cidadania: Como é o trabalho do Sefras com a população em situação de cárcere e quais as principais diferenças, tanto na questão de gênero quanto na questão etária dentro do sistema prisional?
Aline Dias: Atualmente, estamos em algumas unidades da fundação Casa e unidades com mulheres. Os temas perpassam os espaços. Trabalhamos a questão de gênero com ambos, meninos e meninas, só que de forma diferente. Essas pessoas também são atingidas, de formas diferentes, por tais temáticas. Há uma diferença se a pessoa é adolescente ou adulta, se homem ou mulher. Tentamos fazer uma análise da realidade que a pessoa vivencia e propor atividades direcionadas.
Creio que essa é a diferença. Além da ação que fazemos com as pessoas encarceradas, o Sefras Cárcere também acompanha ações junto com os familiares e propõe a discussão do que está se vivenciando, porque o processo de encarceramento afeta quem está na prisão e outras pessoas ao redor, principalmente os familiares. Trazer a discussão para fora do cárcere também é muito importante.
Correio da Cidadania: Podemos dizer que os familiares também estão em situação de cárcere?
Aline Dias: Eles são criminalizados pela forma como o processo ocorre, pela ausência de informações durante todo o processo, tanto com um adolescente quanto com um adulto, pela forma com que o familiar é tratado nos ambientes prisionais, pela revista que é feita de forma vexatória e por uma série de coisas que acontecem e mudam o cotidiano, a rotina, do familiar de uma pessoa encarcerada. Também há o próprio preconceito no ambiente de trabalho, na própria comunidade onde vive. Existe uma série de fatores para os familiares, que acaba contribuindo para um processo de criminalização deles também.
Frei Alex: Outra diferença que existe no sistema prisional é o fato de ser feito para homens. Todo o sistema é voltado para os homens em uma perspectiva masculina. Isso acaba atingindo as mulheres de uma maneira muito mais violenta e agressiva, porque, tanto na fundação Casa quanto no sistema prisional feminino, não são atendidas as necessidades básicas das mulheres. Assim, com frequência, vemos casos em que faltam absorventes, elas têm de improvisar para suprir algumas necessidades básicas... Enfim, é um tipo de violência que ocorre pelo fato de serem mulheres.
Correio da Cidadania: E que outros exemplos de diferença de tratamento entre homens e mulheres vocês enxergam?
Camila Gibin: O direito e o sistema penal são formulados a partir da visão masculina. Há uma característica de construção pelos homens e carrega essa coisa machista. Tanto as leis como o poder judiciário são assim, simbolizado nas figuras do juiz, do promotor e até do policial, que é o primeiro a abordar as pessoas.
Todo o sistema penal é demarcado pela questão masculina e, quando a mulher é capturada por esse sistema, sofre, não só pelo fato de ter cometido um suposto crime, mas pelo fato de romper com o papel social pré-definido de mulher ideal. O que está colocado é que a mulher tem de assumir uma postura de comportamento docilizada. A sociedade diz que a mulher tem de ser um sujeito dócil, estar dentro do ambiente familiar, do espaço privado do lar; ela tem de assumir esse espaço como o seu lugar ideal – claro que não é bem assim, porque as mulheres também precisam trabalhar e fazer uma série de coisas, mas existe uma certa expectativa social quanto a isso. Quando ela rompe isso, deixa de ser a mulher submissa e passa a ter um comportamento ativo para a sociedade. Com a prática de um crime, mais ainda, pois ela rompe com a dimensão formal, a legal e também com uma dimensão informal: o patriarcado.
Assim, ela assume duas penas nesse sistema: uma pelo crime que cometeu e outra mais social, por romper com os valores esperados em uma mulher. Conheço, por exemplo, casos de mulheres que acabam ficando mais tempo presas do que homens que cometeram o mesmo tipo de delito; a mulher fica presa mais tempo com o processo parado, enquanto, para o homem, o processo caminha mais rápido e, muitas vezes, o alvará de soltura chega mais rápido também.
Frei Alex: E há um abandono inclusive por parte dos companheiros, porque, quando um homem é preso, geralmente a companheira continua visitando-o, ele recebe visitas frequentes. Quando a mulher vai presa, com certa frequência é abandonada pelos seus companheiros.

Fonte: Correio Cidadania

Terras indígenas no arredor de Belo Monte sofrem com roubo milionário de madeira





Funai emitiu parecer favorável à construção da usina, mas alertou para necessidade de medidas para reduzir impactos socioambientais de Belo Monte<br>Fonte: BBC Brasil
Enquanto a construção da polêmica usina de Belo Monte passa por sua fase final, indígenas vizinhos ao empreendimento enfrentam uma explosão da extração de madeira ilegal em suas terras.
É o que denunciam o Ministério Público Federal (MPF) e ONGs que atuam na região do em torno de Altamira, no Pará.
Para estas instituições, as obras da usina ─ a terceira maior hidrelétrica no mundo ─ estão diretamente ligadas ao aumento da degradação, devido ao forte crescimento populacional que provocaram na área.
A situação é mais grave na Cachoeira Seca, terra indígena do povo Arara já reconhecida pela Funai (Fundação Nacional do Índio), mas que aguarda por homologação do Ministério da Justiça. A própria Funai reconhece que o quadro é crítico em um relatório de março ao qual a BBC Brasil teve acesso.
A reportagem é de Mariana Schreiber, publicada por BBC Brasil, 11-05-2015.
O Instituto Socioambiental (ISA) faz uma estimativa, segundo a entidade, "conservadora", de que o equivalente a R$ 400 milhões em madeira teriam sido roubados dessa terra indígena apenas em 2014 ─ são ipês, jatobás e angelim-vermelhos, cujo mercado principal costuma ser as indústrias no Sul e Sudeste do país.
O ISA acredita que o aumento da extração estaria atendendo também a uma crescente demanda em Altamira, cidade cuja população saltou 50% após Belo Monte, para 150 mil pessoas.
Desde 2011, a organização monitora a degradação da área, combinando análises de imagens de satélite, trabalho de campo e sobrevoos de fiscalização.

Jo 17.11-26: O testamento de Jesus - Comunidade, espelho da Trindade [Mesters, Lopes e Orofino]


leitura popular da bíblia<br>Fonte: Adolfo Pérez Esquivel
1. Situando
1. O capítulo 17 traz uma oração de Jesus que, às vezes, é chamada de “Oração Sacerdotal”. Talvez seja melhor chamá-la de “Testamento de Jesus”. Ela é o final de uma longa e profunda reflexão de Jesus, iniciada no capítulo 15, sobre a sua missão no mundo. As comunidades conservaram estas reflexões para poderem entender melhor o momento difícil por que elas mesmas passavam: tribulação, abandono dúvidas, perseguição. A reflexão termina com uma oração de Jesus pelas comunidades (Jo 17,1-26). Nela transparecem os sentimentos e as preocupações que, conforme o evangelista, estavam em Jesus no momento de sair deste mundo. É com esta preocupação que Jesus está agora diante do Pai, intercedendo por nós. Por isso é o testamento de Jesus.
2. O capítulo 17 é um texto diferente. É mais de amizade do que de raciocínio. Antes de ser analisado pela cabeça, deve ser meditado e acolhido no coração. Aqui vale o que dissemos anteriormente a respeito do discurso do Pão da Vida: “É um texto não tanto para ser discutido, e sim para ser meditado e ruminado. Não se preocupe, se não entender tudo. É um texto que exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-
lo. Um texto assim devemos ler, meditar, reler, repetir, ruminar, como se faz com uma bala gostosa na boca. Vai virando e virando, até se gastar.”
2. Comentando
1. João 17,1-3: Chegou a hora!
“Pai, chegou a hora!” É a hora longamente esperada (Jo 2,4; 7,30; 8,20; 12,23.27; 13,1; 16,32). É o momento da glorificação que se fará através da morte e ressurreição. Chegando ao fim da sua missão, Jesus olha para trás e faz uma revisão. Nesta prece, ele expressa o sentimento mais íntimo do seu coração e a sua descoberta mais profunda: a presença do Pai em sua vida.
2. João 17,4-8: Pai, reconheceram que vim de Ti!
Revendo sua vida, Jesus se vê a si mesmo como a manifestação do Pai para os amigos e amigas que o Pai lhe deu. Jesus não viveu para si. Viveu para que todos pudessem ter um lampejo da bondade e do amor que estão encerrados no Nome de Deus que é Abba, Pai.
3. João 17,9-11a: Tudo que é meu é teu, tudo que é teu é meu!
No momento de deixar o mundo, Jesus expõe ao Pai a sua preocupação e reza pelos amigos que deixa para trás. Eles continuam no mundo, mas não são do mundo. São de Jesus, são de Deus, são sinais de Deus e de Jesus neste mundo. Jesus está preocupado com as pessoas que ficam, e reza por elas.
4. João 17, 11b-12: Guarda-os em teu nome!
Jesus transforma a sua preocupação em prece: “Guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que sejam um como nós!” Tudo que Jesus fez foi em nome do próprio Deus. Pois ele é a manifestação de Deus. É em torno deste nome que deve ser construída a unidade. Jesus quer a unidade das comunidades, para que possam resistir no mundo que as odeia e persegue. Povo unido ao redor do nome de Jesus jamais será vencido!

Governo federal é refém do agronegócio e anti-indígena, denuncia bispo do Xingu




Segundo Dom Erwin Kräutler, os povos indígenas são tratados como estrangeiros e invasores no Brasil.<br>Fonte: Adital
O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Erwin Kräutler, faz um duro questionamento ao governo brasileiro sobre a situação dos povos indígenas e quilombolas. Durante a recente 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o bispo apresentou em relatório dados e informações que comprovam a omissão dos Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – em relação aos direitos indígenas e disse que estamos vivendo "um dos piores momentos pós-Constituição de 1988”, no que diz respeito aos direitos territoriais dos povos originários.
Kräutler denuncia no informe a realidade de 305 povos indígenas que estão sendo tratados como "estrangeiros e invasores” de propriedades. Emendas constitucionais que propõem a revisão de terras indígenas já demarcadas, a exemplo da PEC 215/2000, favorecem também a bancada ruralista.
Esses projetos, divulgados como de "interesse nacional” ou "interesse comum”, na realidade, não gerariam o bem "comum” e sim o bem de alguns setores do mercado e da economia, como empreiteiras, mineradoras, usineiros e empresas de energia hidráulica e do agronegócio. Para o presidente do Cimi, o Poder Judiciário prolifera ações contra as demarcações de terras e a política do Poder Executivo é ficar refém do agronegócio, sendo por isso, "francamente, anti-indígena”.
De acordo com o bispo, existe uma percepção de que há excesso nas demarcações de terras indígenas e de que é preciso adotar providências no sentido de assegurar direitos de propriedade de terceiros. No entanto, a demora na demarcação das terras estaria estimulando a perseguição e a violência contra os índios.
Segundo o presidente, que também é bispo do Xingu, o governo federal não tem aceitado o diálogo com os líderes indígenas. Ele denuncia ainda que há um esvaziamento da Funai [Fundação Nacional do Índio], com a redução de verbas e do quadro de funcionários. "Existe dentro do próprio governo uma severa campanha contra a Funai”, afirma no documento.

João 20.19-31: A Missão da comunidade [Mesters, Lopes e Orofino]


<br>Fonte: Jesus Mafa
Olhar de perto as coisas da nossa vida
No texto de hoje, vamos meditar sobre a aparição de Jesus aos discípulos e sobre a missão que eles receberam. Os discípulos estavam reunidos com as portas fechadas porque tinham medo dos judeus. De repente, Jesus se coloca no meio deles e diz: “A paz esteja com vocês!” Ele mostra as mãos e o lado, e diz novamente: “A paz esteja com vocês! Como o Pai me enviou, eu envio vocês!” Em seguida, lhes comunica o Espírito para que possam perdoar e reconciliar, refazer os pedaços da vida e reconstruir as relações quebradas entre as pessoas. Relações quebradas por causa da injustiça e por tantos outros motivos. Jesus insiste na paz e o repete várias vezes! 
As pessoas que lutam pela paz são declaradas felizes e são chamadas filhos e filhas de Deus (Mt 5,9)!
1. João 20,19-20: A experiência da ressurreição 
Jesus ressuscitado se faz presente na comunidade. As portas fechadas por causa do medo não podem impedir que ele esteja no meio dos que nele acreditam. Até hoje é assim! Quando estamos reunidos, mesmo com todas as portas fechadas, Jesus está no meio de nós. E até hoje, a primeira palavra de Jesus é e sempre será: “A Paz esteja com vocês!” Ele mostrou os sinais da paixão nas mãos e no lado. O ressuscitado é o crucificado! As marcas da paixão estão hoje no sofrimento do povo, na fome, nas marcas de tortura, de injustiça, no desamor. É nas pessoas que reagem, lutam pela vida e não se deixam abater que Jesus ressuscita e se faz presente no meio de nós.
2. João 20,21: O envio: “Como o Pai me enviou, eu envio vocês!” 
É deste Jesus que recebemos a missão, a mesma que ele mesmo recebeu do Pai. E ele repete: “A paz esteja com vocês!” Esta dupla repetição acentua a importância da Paz. Construir a paz faz parte da missão. Paz, significa muito mais do que só ausência de guerra. Significa construir uma convivência humana harmoniosa, em que as pessoas possam ser elas mesmas, tendo todos o necessário para viver, convivendo felizes e em paz.
3. João 20,22: Jesus comunica o dom do Espírito 

Igrejas e Mineração na América Latina: um vídeo de denúncia e esperança




Megaminas a céu aberto, desmatamento e expulsão de famílias e inteiras comunidades. Povos indígenas e comunidades quilombolas ameaçados por interesses minerários sobre seus territórios. Poluição das águas, da terra e do ar.
Processos de escoamento do minério que impactam centenas de comunidades ao longo dos minerodutos ou das ferrovias que exportam a grandíssima maioria de nossos minérios. Conflitos e manifestações populares, espionagem e criminalização das lideranças.
Apesar de tudo isso, a mineração no Brasil pretende aumentar de 3 a 5 vezes nos próximos 20 anos. A proposta do novo Código de Mineração, cada vez mais criticada por comunidades, sindicatos, movimentos sociais e entidades do País inteiro, visa flexibilizar a legislação para facilitar os interesses das empresas mineradoras.
Diversas comunidades atingidas são apoiadas, assessoradas e defendidas também pelas igrejas. A Igreja Católica se posicionou com críticas contundentes contra a nova proposta de Marco Legal da Mineração. Várias lideranças cristãs de América Latina estão se articulando para buscar alternativas às agressões da mineração.
‘Iglesias y Minería’ é um grito de sobrevivência, resistência e esperança, o grito das comunidades e da vida que não se deixará arrancar.
O vídeo produzido pela Rede de Igrejas e Mineração mostra os conflitos por mineração e a atuação das Igrejas na América Latina no enfrentamento à mega mineração e na defesa dos territórios.
Igrejas e Mineração (Iglesias y Minería, em espanhol) é um grupo ecumênico de leigos, leigas, religiosas e religiosos empenhados em defesa das comunidades afetadas por mineração nos diversos países do Continente. Desde 2013 o grupo articula os atingidos entre si, com a hierarquia das Igrejas que queiram e possam apoiá-los, e com instituições internacionais de defesa dos direitos humanos.


Fonte: Iglesias y Minería

Em boca fechada não entra racismo: 13 expressões racistas que devem sair do seu vocabulário





De todos os seus vícios errantes, existe um que o Brasil se acostumou a repeti-lo sem se questionar. Mesmo com todo histórico de escravidão vivido pelo país, o racismo ainda é imposto, naturalizado e assim se reproduz o discurso opressivo para a população negra.
No site Modefica, um artigo escrito pela ativista Stephane Ribeiro destaca 13 expressões normalmente usadas pelas pessoas em situações corriqueiras. Para tirar o racismo do caminho e do vocabulário, confira algumas palavras faladas por aí que não deve ter voz em lugar nenhum.
1- “Amanhã é dia de branco”
Qualquer pesquisa rápida no Google mostrará mais de uma origem para essa expressão, e a maioria negando que ela tem algum cunho racista. Porém, vivemos em um país onde a escravidão do povo negro durou mais de 300 anos, e os escravos, mesmo sendo forçados a trabalhar, geralmente eram vistos como “vagabundos”.
As conseqüências disso duram até hoje, o negro é sempre visto como a pessoa que faz “corpo mole”, aquele “malandro” que não faz nada. Inclusive, entre as opiniões que mais afloram quando o assunto é cotas sociais para negros, a de que não existe esforço da nossa parte é a mais frequente. Tanto que podemos fazer um paralelo entre essa e a expressão seguinte.
2- “Serviço de preto”
Comum no nosso dia a dia, essa expressão é usada para desqualificar determinado esforço e/ou trabalho, ou seja, fazer “serviço de preto” é igual a ser desleixado. O negro sempre é associado a algo ruim, o “bom” trabalho seria o do branco. Não dá para ser ingênuo e achar que não existe o teor racista, ainda mais quando associamos a outras dessas expressões que colocam o negro como o oposto de positivo, como:

O que esta em jogo na PEC que propõe a redução da maioridade penal




Deputado Federal Elvino Bohn Gass
Em um breve vídeo, Elvino Bohn Gass, professor e deputado federal, explica sobre os mitos que estão por detrás do projeto de lei que pretende reduzir a maioridade penal, e por qual razão este projeto não deve ser aprovado.





Fonte: Youtube/Reprodução

Aumento da rede de proteção à mulher é desafio no combate à violência doméstica



A secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, disse terça (dia 12), em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, que o desafio do Poder Público é aumentar o número de serviços especializados à mulher vítima de violência doméstica.
Segundo ela, atualmente esses serviços chegam a apenas 10% dos municípios brasileiros e estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste.
“Precisamos aumentar a capilaridade dos serviços e ampliar a qualidade do atendimento e dos profissionais. Mas não vamos mudar [o quadro de violência], se não mudarmos os padrões de comportamento. O enfrentamento da violência contra a mulher não é um problema só do Estado, mas da sociedade brasileira”, afirmou Aparecida.
Um dos principais temas da audiência pública foi o debate sobre a diminuição de assassinatos de mulheres por violência doméstica desde a sanção da Lei Maria da Penha. A constatação da redução é de pesquisa apresentada em março pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o instituto, desde 2006, quando entrou em vigor, a lei ajudou a diminuir em cerca de 10% a projeção anterior de aumento da taxa de homicídios de mulheres dentro de casa.
Para o diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, Daniel Cerqueira, muitos casos de violência doméstica deixaram de ocorrer por causa da Lei Maria da Penha.

Estereótipos de gênero explicam baixa participação de mulheres em certas áreas da ciência, conclui estudo




Em janeiro de 2005, o então reitor da Universidade de Harvard, o economista Lawrence Summers, disse numa conferência que a reduzida participação das mulheres nas ciências e na matemática se explicaria por uma natural inaptidão feminina para tais campos do conhecimento. A declaração sem respaldo científico rendeu a Summers uma avalanche de críticas que culminaram com sua destituição do cargo de reitor de uma das mais prestigiadas universidades norte-americanas.
Um estudo publicado em janeiro na revista Science enxerga uma relação entre a baixa participação feminina em certas áreas da ciência e a ideia de que talentos inatos determinam carreiras científicas, mas de uma forma muito diferente daquela que Summers propôs.
O trabalho colheu evidências de que certos campos do conhecimento, tais como matemática e física, combinam uma participação baixa de mulheres no contingente de doutores com uma crença disseminada, dentro e fora de suas comunidades de pesquisadores, de que é necessário ter um talento natural para seguir tais carreiras.
Os autores sugerem que as mulheres, bombardeadas desde cedo com a ideia de que lhes falta a aptidão natural, simplesmente tendem a evitar tais carreiras, o que, isso sim, explicaria a participação restrita. “Essa mensagem é combinada com estereótipos arraigados em nossa cultura que diminuem a diversidade de gênero na ciência”, diz Sarah-Jane Leslie, professora do Departamento de Filosofia da Universidade Princeton e autora principal do artigo.

Sobre os Cristãos Perseguidos... Sudão do Sul, Síria, Iraque e outras países






Em solidariedade às minorias religiosas perseguidas em diversas partes do mundo, publicamos a seguir:
1. Carta de missionário católico brasileiro denunciando perseguição a grupos cristãos no Sudão do Sul;

2. Oração pela paz no Sudão do Sul;  
  
3. Moção do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) sobre cristãos e outras minorias perseguidas em países como Síria, Egito, Paquistão, Iraque, Nigéria e Quênia.

NOTÍCIAS DO SUDÃO DO SUL - de maio de 2015
Caríssimos,
Trago a vocês mais informações sobre a situação das missões e dos missionários na zona dos conflitos no Sudão do Sul. Os três missionários Combonianos e uma missionária Comboniana foram evacuados da missão de Leer neste sábado dia 9 de maio. Os missionários se juntaram a mais de vinte funcionários das agências de ajuda humanitária e foram transportados com segurança em dois helicópteros da ONU. Eles se encontram bem em Juba, capital do Sudão do Sul. Tiveram que deixar a missão de Leer devido a um iminente ataque das forças do governo sobre a cidade de Leer. Enquanto eles deixavam a missão em Leer o povo deixava a cidade para os povoados mais distantes e para encontrarem refúgio até mesmo no mato, como aconteceu no ano passado.
Há informações de que as forças do governo se aproximam em duas frentes e poderão atacar Leer hoje ou nos próximos dias. As forças de oposição controlam Leer desde abril do ano passado. Tanto o governo quanto a oposição continuam violando o acordo de ‘cessar fogo e acesso de ajuda humanitária’. A crise humanitária que já era grave agora tende a piorar. É provável que a missão de Leer será saqueada mais uma vez, se é que isto já não tenha acontecido ainda ontem com a saída dos missionários.
Outros dois missionários estão na missão de Ayod que também enfrenta problemas. Parece que estão bem. Um outro missionário comboniano está em Old Fangak. Lá não há conflitos próximo à missão. Os missionários que estão em Malakal tiveram que procurar refúgio na base de proteção da ONU junto com o povo na semana passada, pois haviam combates na cidade. Felizmente a situação melhorou, mas o trabalho dos missionários e agências humanitárias ficou mais difícil.
Os missionários que chegam da zona dos c

domingo, 10 de maio de 2015

Fórum Virtual sobre a Redução da Maioridade Penal




Em 2015, diante de tantos desafios políticos, o CEBI Virtual se propõe a discutir a temática da redução da maioridade penal. No fórum, onde são bem vindas opiniões favoráveis ou contrárias à redução, o objetivo é a conscientização e  construção de uma imagem positiva da juventude, oferecendo subsídios para um melhor posicionamento na família, comunidade e relações de amizade, diante da polêmica.
 
Venha participar conosco!
 
Gostou da ideia?
 
Quer fazer parte dessas reflexões?
 
Então se achegue e seja muito bem vindo e bem vida!
 
Inscrições até 15 de Maio de 2015 através do link: Inscrição.
 
Quanto custa?
 
Se você puder contribuir com R$ 10,00 ou mais, dentro das suas possibilidades será muito bem vinda a sua contribuição para nos ajudar com os gastos da estrutura do CEBI Virtual.
Para fazer a contribuição faça a sua inscrição e selecione o valor a doar. Caso não tenha condições de doar, se inscreva também!
 
O mundo carece de bons espaços de reflexões sobre temas que são fundamentais para a construção de um outro mundo possível, queremos fazer dos espaços virtuais um lugar fértil para esse tipo de diálogo e contamos com você para essa conversa.

Mulher - Toda mãe é também mulher [Claudete Beise Ulrich]




Maternidade o cuidado e a atenção.<br>Fonte: Desconhecida
A imagem da mãe é louvada, reverenciada, poetizada e até divinizada. Encontramos, sem dúvida, elementos divinos no ato de gerar a vida. A palavra misericórdia significa: o amor que vem das entranhas, do útero, remetendo ao coração, a Deus, onde encontramos muitas imagens que remetem ao humano, à maternidade/paternidade, à ternura e à eternidade. Entendo que estes sentimentos estão presentes em qualquer ser humano, mas que os mesmos precisam ser desenvolvidos e cultivados. Também entendo que a maternidade não é a vocação primeira de uma mulher. A mulher, primeiramente, é humana, com todas as potencialidades, habilidades e capacidades de se desenvolverem em qualquer área do conhecimento.

A origem da celebração do dia das mães remonta a Anna Jarvis, professoraAMERICANA, que quis homenagear a sua mãe, Anna Marie Reeves Jarvis, que viveu numa época em que muitas famílias sofriam com a morte prematura de crianças. Anna Marie foi mãe de 11 filhos – somente 4 sobreviveram. Mas, apesar deste grande sofrimento, lutou por um melhor sistema de higiene e saúde e fundou em 1858 o Mothers Days Works Clubs – uma espécie de clube de trabalho das mães, que se empenhou em conseguir recursos para comprar remédios e ajudar as famílias em que as mulheres sofriam de tuberculose. Após a morte de Anna Marie (em 12/05/1907), sua filha Anna organizou um culto em sua memória, lançando a ideia da realização do Dia das Mães, que ocorreu oficialmente em 1914 nos Estados Unidos, e no Brasil em 1932.

Anna Jarvis não queria um Dia das Mães comercial e tampouco o endeusamento da maternidade, mas um dia de lembrança, de respeito, para o qual aponta o quarto mandamento: “Honrarás o teu pai e a tua mãe, para que vás bem e vivas muito tempo sobre a terra”.

Liderança Tupinambá é assassinada por pistoleiros na aldeia Serra das Trempes, BA






O Agente Indígena de Saúde Adenilson da Silva Nascimento, o "Pinduca", 54 anos, foi assassinado por pistoleiros na sexta-feira (1), numa estrada que liga Ilhéus ao município de Una, nas proximidades da aldeia Serra das Trempes, Terra Indígena Tupinambá de Olivença. O assassinato de Adenilson ocorreu apenas quatro dias depois de Eusébio Ka’apor, no Maranhão, morrer numa emboscada semelhante. Dois homens encapuzados cercaram e atingiram Eusébio com um tiro nas costas.

O secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber Buzatto, denunciou, na última quinta-feira (29) ao Fórum Permanente para Questões Indígenas da Organização das Nações Unidas (ONU), a insegurança das lideranças indígenas que lutam por seus territórios e pediu providências pela retomada das demarcações das terras indígenas no Brasil, dever constitucional que está sendo preterido em nome de interesses políticos. (Leia o pronunciamento)

Protesto

Em protesto pelo assassinato de Adenilson, cerca de 300 indígenas Tupinambá fecharam, na manhã desta segunda-feira (4), a ponte que liga o distrito de Olivença a Ilhéus (BA). Os caciques e lideranças decidiram pela manifestação depois de reunirem-se durante toda a manhã numa aldeia em Olivença. O cacique José Sinval disse que a ponte só será liberada quando chegarem representantes do Ministério da Justiça, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Governo do Estado da Bahia. “A única linguagem que o governo entende é a pressão. Então só sairemos daqui quando enviarem pessoas que possam nos dar garantias sobre a investigação desse crime e a demarcação das nossas terras. Adenilson era uma das nossas principais lideranças. Os fazendeiros estão matando a gente e nada acontece”, afirmou o cacique.

O Conselho dos Caciques Tupinambá, em documento divulgado após a morte de Adenilson, questionou o governo sobre a paralisação nas demarcações, processo que tem promovido ações violentas contra os indígenas. Os Tupinambá aguardam desde 2009 a publicação da Portaria Declaratória de seu território, pelo Ministério da Justiça.  “Perguntamos, até onde vai essa situação? Pois já são mais de 24 lideranças indígenas Tupinambá assassinadas pela luta da demarcação do território Tupinambá. Por que o governo não assina a carta declaratória do território Tupinambá de Olivença? Vai esperar morrer mais gente inocente?”.  

Emboscada

Adenilson voltava de uma pescaria com a esposa, o filho de um ano e outra filha de 15, quando foram emboscados por três pistoleiros armados, que estavam encapuzados. Ele morreu na hora e sua esposa, Zenaildes, foi gravemente ferida, baleada na perna e nas costas. A filha adolescente conseguiu fugir entrando na mata e manteve contato por celular com caciques e lideranças indígenas, que avisaram as autoridades competentes.

Ninha, como é conhecida a esposa de Adenilson, conseguiu proteger o filho e carregá-lo por cerca de 600 metros depois da fuga dos assassinos, até ser encontrada pelos agentes da Funai, que chegaram ao local avisados pelos caciques. A criança encontra-se hospitalizada, mas passa bem. Zenaildes ainda passará por cirurgia, pois uma bala ficou alojada na perna.

O sepultamento de Adenilson ocorreu no domingo (3), às 11h30, no Cemitério Nossa Senhora da Escada, em Olivença, com muita comoção e revolta da comunidade. “Nós estamos de luto por Pinduca e por todos nossos parentes que tombaram em mãos assassinas do infame poder que corrói as mentes avarentas. Continuamos cada vez mais firmes em nossos propósitos e nunca desistiremos de lutar pelos nossos direitos. Cada vez que assassinarem um de nós nascerão milhões para nos dar força e coragem”, disse a liderança Katu Tupinambá.

Haroldo Heleno, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) regional Leste, alertou para a ineficiência das “Mesas de Diálogo” promovidas pelo Ministério da Justiça, que muitas vezes acirram ainda mais o conflito na região, e lembrou que a última reunião ocorreu no dia 29 de abril, entre representantes da Justiça Federal, Ministério da Justiça, lideranças indígenas e pequenos agricultores. “A tal mesa de diálogo só serve para aumentar o clima de violência. Sempre que alguma autoridade visita a região acontece um fato grave envolvendo os Tupinambá. Desta vez foi o assassinato de Adenilson. A demora na assinatura da Portaria Declaratória da TI por parte do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rega mais uma vez de sangue a terra do povo Tupinambá e deixa a comunidade de luto e extremamente revoltada por mais um assassinato”, ressalta Haroldo.

A liderança Cazé Tupinambá afirmou, em desabafo: “O governo desavergonhado, cara de pau, tem o despautério de dizer às organizações internacionais que nós, indígenas, somos bem assistidos e contemplados, e nesse joguinho de faz de conta continuamos órfãos da ganância de uma cultura predadora”.

"Acho que vou realizar! Vou ter o documento dizendo que a terra é minha. Aí vou ser mais feliz ainda" (foto). Este era o sonho de Pinduca, que tombou na terra que tanto esperou pela homologação. “Assim como outras lideranças, que regaram este chão de sangue aguardando a resolução definitiva sobre suas terras”, disse o cacique José Sinval. 

Fonte: Carolina Fasolo / Assessoria de Comunicação Cimi

Mais de 300 Praças Amanhecem Contra a Redução da Maioridade Penal




Ação da Campanha Amanhecer Contra a Redução<br>Fonte: Reprodução/Facebook
A ação que ganhou força na internet tem o objetivo de denunciar a PEC 171, que reduz a maioridade penal, através de intervenções artísticas pelo país.
Na madrugada desta quarta-feira, intervenções artísticas serão realizadas por todo país, a fim de denunciar o Projeto de Emenda Constitucional 171, que visa reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos no Brasil.
A campanha Amanhecer contra a Redução, que ganhou força na internet, foi articulada por um grupo de jovens cariocas, que organizaram uma mobilização com o intuito de levar o debate sobre a redução da maioridade penal para a sociedade civil.
Mais de 300 praças de todo o país amanhecerão cobertas com faixas, cartazes, fitas e símbolos da campanha ’’Redução Não é Solução’’. O objetivo é argumentar contra a PEC que foi aprovada na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara e que em breve será votada na Câmara dos Deputados.
A mobilização foi inspirada na campanha uruguaia No a la baja, que conseguiu mudar a opinião pública sobre a redução da maioridade no país em 2014. A iniciativa teve três argumentos simples que foram decisivos para o sucesso da mobilização.
Cerca de 73% da população uruguaia era a favor da redução antes da campanha. Após as mobilizações, o povo negou a redução da maioridade penal em plebiscito e a reivindicação foi acatada.
A ação brasileira também trabalha com três argumentos: ‘’nenhum país que reduziu a maioridade penal reduziu a violência’’, ‘’prisão é um lugar caro para tornar as pessoas piores’’ e ‘’é precisoINVESTIMENTO em políticas públicas para a juventude’’.
De Roraima ao Rio Grande do Sul há ações cadastradas no site da campanha. Só no Rio de Janeiro já são mais de 120 praças que participarão das intervenções lúdicas. Para inscrever sua praça basta preencher o  formulário e mobilizar as pessoas do seu bairro.
Na Praça dos Correios, em São Leopoldo-RS, a ação da Campanha Amanhecer contra a Redução foi protagonizada por jovens de diversos grupos entre os quais,  PROAME, REJU, PJ, CADES, DCE UNISINOS, SER PAZ, KIZOMBA e MIRE.
Confira abaixo algumas imagens:











Fotos: Reprodução/Facebook

Fonte: Blog Observatório da Sociedade Civil

Parabéns, professores do Paraná, vocês tiraram o bicho da toca



Greve dos Professores - Paraná<br>Fonte: Foto: Orlando Kissner
 o Brasil viveu um dos episódios mais chocantes da história da luta dos professores em defesa da educação e dos seus direitos. A bárbarie perpetrada em Curitiba pelo governador Beto Richa e o seu secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, com centenas de educadores feridos, demonstra o quão violento é o braço político-judicial que se arma a partir do Paraná com o objetivo de endireitar o país.
Francischini é o símbolo mais caricato dessa troika. Ela se tornou secretário de Segurança do Paraná depois de ter virado símbolo nacional de uma guerra ao PT e aos direitos humanos na internet. Com uma ação muito bem coordenada na rede, esse inexpressivo delegado foi se tornando ícone daquela gente que desfilou no dia 15 de março fazendo selfies com a PM e portando faixas de intervenção militar.
A estratégia deu certo e lhe rendeu 160 mil votos, praticamente 3% do total do estado, o que é bastante para um candidato a cargo proporcional. E já em dezembro de 2014 Beto Richa nomeou-o secretário de Segurança Pública.
Até aquele momento o governador do Paraná era o bom moço que tinha sido reeleito no primeiro turno e que se vendia ao Brasil como eficiente administrador público. Já havia quem o recomendasse como uma opção tucana, inclusive, para disputar a presidência da República.
Do mesmo Paraná, o juiz Sérgio Moro foi se consolidando no final do ano passado como o algoz da corrupção. Impôs um estado policial no país a partir de sua jurisdição e se tornou o nosso Eliot Ness tupiniquim.
O 15 de março foi em boa medida construído a partir do que essa República do Paraná oferecia ao Brasil: combate à corrupção, guerra ao PT e aos direitos humanos. Inclusive a guerra suja na internet tem sido fortemente operada a partir do DDD 41, por gente que trabalha em gabinetes de parlamentares e em governos.
Ontem essa República do Paraná, porém, testou um dos limites mais caros à democracia. Ela não se importou em colocar suas tropas para massacrar professores.
Ao mesmo tempo, também ontem se descobriu que o delator do senador Anastasia, o policial federal conhecido por Careca e que foi libertado por Sérgio Moro, está foragido. Ou seja, o inquérito contra o parlamentar fica interrompido enquanto isso.
O jogo começa a ficar mais claro. A Operação Paraná mostra sua verdadeira face. E se por um lado isso deixa a disputa mais transparente, por outro é preciso saber como jogar esse novo jogo com uma nova direita violenta e golpista que se mostra articulada em várias esferas.
Os professores que ontem foram massacrados podem ser a chave para enfrentar esse processo. O Brasil tem uma dívida histórica com esse segmento e não há nada melhor do queINVESTIR em educação para se derrotar a estupidez e a barbárie. Parabéns, professores do Paraná, vocês tiraram o bicho da toca.
Texto: Renato Rovai 

Fonte: Blog do Rovai/Revista Forum