sábado, 28 de janeiro de 2017

A salvação que Jesus nos trouxe é para todos! (Mateus 4.12-25) [C. Mesters, M. Lopes e F. Orofino]

1 SITUANDO
Nos capítulos 1 e 2, Mateus apresentou a origem de Jesus, o novo Legislador. Aqui nos capítulos 3 e 4, descreve os preparativos para o solene anúncio da Nova Lei que vai começar no capítulo 5. Os preparativos são estes: Jesus é apresentado ao povo por João Batista (Mt 3.1-12) e cumpre todas as exigências legais (Mt 3.13-15). Na hora do batismo, o próprio Deus o apresenta como o “Messias Servo”, anunciado pelo profeta Isaías, e Jesus recebe a plenitude do Espírito (Mt 3.16-17). Em seguida, levado ao deserto, vence a tentação do diabo (Mt 4.1-11). Assim preparado, ele volta para a Galileia como uma luz que rasga os céus e ilumina a terra (Mt 4.15-16), anunciando a Nova Lei.
As comunidades para as quais Mateus escreveu o seu Evangelho viviam numa situação de trevas e de muitas angústia e tentação. Havia comunidades bem pequenas de duas ou três famílias (Mt 18.20). Elas não eram reconhecidas pelos irmãos judeus. Entrar na comunidade trazia riscos e perseguições. Além disso, havia tensões internas muito fortes. Não era claro para elas o caminho a seguir. Havia muitas opiniões e tendências. Havia incertezas até sobre a pessoa própria de Jesus. O texto sobre o qual estamos meditando, ajudou as comunidades a enfrentarem e superarem as dificuldades.

2 COMENTANDO
Mateus 4.12-17: João e Jesus anunciam a mesma mensagem
É a notícia da prisão de João Batista que leva Jesus iniciar a pregação. João tinha dito: “Arrependei-vos, porque o Reino de Deus está próximo!” (Mt 3.2). Por causa disso, ele foi preso por Herodes, que governava a Galileia. Quando Jesus soube que João foi preso, voltou para a Galileia e retornou a mesma mensagem de João: “Arrependei-vos, porque o Reino de Deus está próximo!” (Mt 4.17). Em outras palavras, desde o início, a pregação do Evangelho traz riscos. Mas Jesus não volta atrás. Desse modo, Mateus anima as comunidades que estavam assumindo os mesmos riscos de perseguição. E ele cita o texto tão bonito de Isaías: “O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz!”. Como Jesus, as comunidades eram chamadas a ser “Luz dos povos”.
Mateus 4.18-22: A primeira comunidade
Jesus caminha pela praia e chama quatro pessoas para segui-lo. É a primeira comunidade. Pouca gente. Só quatro pessoas. Um começo insignificante, como eram insignificantes as pequenas comunidades da época de Mateus. Grupinhos de poucas famílias (Mt 18.20), mas eram aqueles pequenos grupos que espelhavam pelo mundo a Luz dos povos.
Mateus 4.23-25: O jeito de Jesus anunciar a Boa Nova. Missão universal desde o início
Jesus começa o anúncio de Boa Nova andando por toda a Galileia. Ele não fica parado, esperando que o povo chegue. Ele mesmo vai às reuniões do povo, às sinagogas, para anunciar sua mensagem. O povo leva e ele os doentes, os endemoninhados, e ele acolhe as todos e cura-os. Este serviço aos doentes faz parte da Boa Nova e revela ao povo a presença do Reino. Assim, a fama de Jesus se espalha por a toda a região, atravessa as fronteiras da Galileia, penetra na Judeia, chega até Jerusalém, vai para o além- Jordão e alcança a Síria e a Decápole. Era exatamente aqui, nestas mesmas regiões, que se encontravam as comunidades para as quais Mateus estava escrevendo o seu Evangelho. Agora, elas ficam sabendo que, apesar de todas as dificuldades e riscos, são a luz que brilha nas trevas.
3 ALARGANDO
A salvação que Jesus nos trouxe é para todos!
O Evangelho de Mateus tem uma preocupação em mostrar que a salvação trazida por Jesus não é só para os judeus, mas para toda a humanidade. Na genealogia, o evangelista já indica para os judeus, mas para toda a humanidade. Na genealogia, o evangelista já indica a vocação universal de Jesus: como Filho de Abraão ele é fonte de bênção para todas as nações do mundo (Mt 1.1.17). Na visita dos magos, vindos do Oriente, Mateus mostra que a salvação se dirige aos pagãos. Atraídos pela estrela, eles saíram à procura de Jesus (Mt 2.1-12). No texto de nosso estudo, ele mostra como a luz brilha tanto na Galileia como fora das fronteiras de Israel, na Síria, na Decápoles e no além do Jordão (Mt 4.12-25).
 
Mais adiante, no Sermão da Montanha, Jesus diz que a vocação da comunidade cristã é ser “sal e luz do mundo” (Mt 5.13-14) e pede amor aos inimigos (Mt 5.43-48). Jesus é o Servo de Deus que anuncia o direito as Nações (Mt 12.18). Ultrapassa também as leis de pureza que impediam a acolhida do Evangelho por parte dos pagãos (Mt 15.1-20). E no final, quando Jesus envia seus discípulos a todas as Nações, fica ainda mais clara a universalidade da salvação (Mt 28.19-20). Este é também o caminho da comunidade: abrir-se para todos, sem excluir ninguém, pois todos são filhos e filhas de Deus, chamados a viver, desde agora, as bem-aventuranças do Reino.

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