segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Parábola do Administrador Corrupto (Lucas 16,1-8) [Carlos Mesters e Francisco Orofino]




Acolhida
1.    Um canto inicial.
2.    Criar um bom ambiente. Dar as boas vindas. Colocar as pessoas
à vontade.
3.    Invocar a luz do Espírito Santo.

1.    Abrir os olhos para ver
A parábola que vamos meditar neste círculo é uma das mais estranhas. Parece que Jesus faz um elogio a um homem corrupto e desonesto. Ora, Jesus parte da realidade que ele vê! Corrupção sempre houve. Hoje mais do que nunca. Principalmente aqui no Brasil, onde parece que só vence na vida quem é desonesto. Os corruptos são mais criativos que os honestos! Todo mundo quer ganhar dinheiro sem fazer força. Vamos con- versar sobre isso:

1.    Qual sua experiência com alguém corrupto? Já sofreu alguma humilhação?
2.    Por que existe tanta corrupção no Brasil? Será que somos um povo desonesto?

2.    Despertar o ouvido para escutar
1.    Introdução à leitura do texto
Na parábola, Jesus nos conta as maneiras que um capataz encontrou para continuar vivendo bem, sem trabalhar. Durante a leitura vamos prestar atenção na esperteza deste funcionário em encontrar soluções para o seu problema.

2.    Leitura do texto: Lucas 16,1-8.

3.    Momento de silêncio.

4.    Perguntas para a reflexão:
1.    Qual o ponto que mais chamou a sua atenção? Por quê?
2.    Qual a situação do administrador? Por que ele perdeu o emprego? E que solução ele encontrou para continuar tendo uma vida boa?
3.    Por que ele mereceu um elogio de seu patrão?
4.    O que Jesus quer nos ensinar com isso? Qual a mensagem para hoje?
3.    Rezar a Palavra de Deus para transformá-la em vida
Sugestões para a celebração:
1.    Colocar em forma de prece aquilo que refletimos sobre o evange- lho e a vida.
2.    Terminar esta parte com um Pai-nosso.
3.    Rezar o Salmo 101 (100): “A oração do governante honesto”.

Ajuda para o grupo
Um primeiro sentimento em relação a esta parábola é de certa in- dignação. Afinal, ao nos contar a parábola, Jesus parece elogiar o compor- tamento de uma pessoa corrupta e desonesta. Por isso esta parábola nos incomoda. Vamos entender a proposta de Jesus:

1.    Lucas 16,1-2: Jesus descreve uma situação muito comum na Palestina daquela época.
As terras são de um proprietário que mora distante. A administração
destas terras foi confiada a um capataz que desvia os bens e o dinheiro do patrão em proveito próprio e submete os trabalhadores a duros encargos para garantir não apenas o lucro do patrão, mas também, o dinheiro des- viado por ele. Este comportamento foi denunciado ao patrão que resolve despedir o capataz.

2.    Lucas 16,3-4: O capataz reflete como continuar tendo seu alto nível
de vida sem ter que se esforçar.
Neste seu raciocínio ele conta as duas maneiras legítimas de ganhar dinheiro: trabalhar ou mendigar. Ele rejeita as duas: uma por preguiça e a outra por vergonha. Busca então uma terceira maneira: continuar roubando o patrão.

3.    Lucas 16,5-7: O administrador resolve alterar as contas das dívidas que os comerciantes tinham com o patrão, tornando-as menores e aumentando o lucro destes comerciantes.
Dessa forma, ele ganha os favores e o reconhecimentos dos comer- ciantes, mantendo a possibilidade de garantir seu nível de vida quando fosse despedido.

4.    Lucas 16,8: Jesus conclui dizendo que o patrão elogiou não o com- portamento desonesto do capataz, mas sim a sua criatividade em en- contrar um caminho que o permitisse continuar vivendo dos produtos de seus roubos mesmo depois de despedido, ganhando dinheiro sem trabalhar.
O que Jesus apresenta e quer que pensemos, não é a maneira deso- nesta do capataz, mas sim se temos ou não o mesmo empenho e criativida- de no nosso esforço em construir o Reino de Deus.

5.    Lucas 16,9-13: Por isso mesmo, a conclusão do ensinamento desta parábo-
la e que dá sentido a ela, está nos versículos seguintes (Lc 16,9-13).
Lucas escreve para comunidades em ambiente urbano onde é im- possível viver sem o uso do dinheiro. Mas Lucas também sabe que o uso do dinheiro traz a marca das injustiças sociais, tais como ele mostra na parábola do rico e de Lázaro (Lc 16,19-31). Numa cidade, quem mais ganha dinheiro é quem menos precisa dele. Jesus nos ensina a usar o “dinheiro injusto”. Para ele, o dinheiro traz a marca da injustiça, já que é um instru- mento de acúmulo e de opressão. Um cristão não deveria entrar na lógica do acúmulo de dinheiro. Pelo contrário, deveria ser tão criativo na partilha quanto é o capataz na sua busca em acumular dinheiro e em manter seu alto nível de vida. Deveria saber criar iniciativas novas de convivência, tanto na sociedade como na igreja. Aqui e acolá, já aparecem algumas iniciativas novas: economia alternativa, orçamento participativo. Na igreja surge a iniciativa de comunidades eclesiais de base.

*Este subsídio foi extraído do PNV317, de autoria de Carlos Mesters e Francisco Orofino.

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