terça-feira, 6 de maio de 2014

Copa do Mundo. Cidades e sociedade submetidas à lógica do capital



Ninguém sequer imaginava que às vésperas da Copa do Mundo, no país do futebol, o governo precisasse de uma ofensiva publicitária para resgatar o apoio popular ao evento mundial. A Copa, de alavanca para a popularidade de Dilma Rousseff se transformou num problema. O governo assiste atônito e perplexo ao que está acontecendo. Mais do que isso, está com receio do que possa vir acontecer. De grande festa, a Copa se tornou um tormento.

Que o diga o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho, que tardiamente iniciou um giro pelo país para acalmar os ânimos dos movimentos sociais. Hostilizado em muitas das audiências públicas, o ministro afirmou que está sentido "o pulso de como está uma parte da sociedade” e acrescentou, “isso é um pouco a panela de pressão que explode".

A insatisfação com os rumos da Copa irrompeu em junho de 2013 na Copa das Confederações. Simultaneamente ao evento, ocorreram as grandes manifestações. Os gastos exorbitantes, associados às remoções e a ingerência desmedida da FIFA foi um dos estopins dos atos nas ruas por todo o país.

Os exorbitantes gastos com a construção dos estádios não passou despercebido para o conjunto da população. Num país em que falta dinheiro para suprir as carências de serviços de saúde, educação, saneamento, transporte coletivo, os gastos sem fim com as Arenas foi visto como desproporcional às prioridades do país. O país que adora o futebol não se prestou ao salvo conduto que tudo justifica a realização da Copa.

O sentimento é de que a Copa do Mundo não reverterá para o bem comum, mas que serviu e tem servido para a lógica do mercado e não para avanços sociais. As obras do legado estão distantes de se tornarem uma realidade. Pior ainda, para muitos, a Copa tem sido perversa. Em nome da necessidade de construção das arenas, da reestruturação viária nos seus entorno são vítimas de remoções e até da higienização e esteticização.

Com a Copa o que se assistiu é a dinâmica da sociedade submetida à lógica do capital. A Copa configura-se elitista, privatista e anti-popular.  

#vaitercopa, porém, com a Força Nacional nas ruas. 
 


Fonte: IHU - Unisinos

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